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Channel: Ovelhas Voadoras
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Com 86,8% da população sendo Cristã, é errado em uma democracia representativa ser cristão no congresso?

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(Aos maus intencionados que vão dizer que a porcentagem é uma mentira, os valores são do IBGE)

Após a votação do Impeachment, uma coisa me chamou a atenção: a revolta das pessoas, a maioria jovens, contra aqueles deputados que dedicaram a ou disseram ter embasado os seus votos em Deus e/ou na família.



Existem duas principais correntes de argumentos dessas pessoas. 

1) O estado é laico;

Os defensores de que deputados infringem o "estado laico" não entenderam nada do que isso significa. O Brasil é em tese um estado laico por causa do 5º artigo da Constituição:

“VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;”

Até aí, nada proíbe que deputados se guiem por Deus na hora de seus votos.

Os defensores da constituição também esqueceram de ler seu preâmbulo:

PREÂMBULO CRFB/88“Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil”.

Aliás, o único estado que não tem "sob a proteção de Deus" em sua constituição é o Acre.

A tal da laicidade do estado, portanto, apenas diz que não temos religiões proibidas no congresso, ou a não-religião. Você pode ser de umbanda por lá, e pode ser ateu também. Mas quem é católico, evangélico, etc; pode sim embasar seu voto em Deus, representando os seus eleitores cristãos.

Ao serem informados disso, surge o segundo argumento:

2) Ok, poder o deputado pode, mas ele não deve, já que religião e política não se misturam.

Veja que esse argumento faz é um ESPERNEIO NO CHÃO pra continuar sua indignação simulada contra Deus e a família. Sob o pretexto da possível má fé de um político usando Deus pra conseguir eleitores onde 86,6% da população é cristã, todos aqueles que agem de boa fé são completamente desconsiderados. 

Na prática, o que a pessoa está pedindo é que católicos sejam proibidos de ser católicos ao exercerem seus cargos, já que alguém pode usar o nome de Deus com alguma má intenção. É o mesmo que proibir políticos pra acabar com a corrupção.

Você não vê também essa indignação quando alguém fala em termos de outras religiões, como a Umbanda (e nada contra o direito de algum parlamentar usar. O artigo 5º garante essa liberdade). 

Agora, como você pode pedir que o cara separe as leis, que ditam os valores de um país, dos seus próprios valores, muitas vezes ditado pela religião? Se seus valores são provenientes de sua religião, é óbvio que eles estarão presentes nos votos que decidem os rumos de um país. 

A verdade mesmo é que, se estivessem aí pra tal da "democracia representativa", veriam que não há nada de errado ou aberrante em um deputado se guiar em Deus em uma população que é 86,6% Cristã.

O que vemos é uma tentativa de proibir o cristianismo. 

Sabe o que você pode fazer, caso discorde disso? Votar em gente que discorda disso também. Só que já adianto: vai ser bem difícil conseguir maioria. Boa sorte!

O que você acha? Concorda? Discorda? Comente!

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