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A história do patinho feio pós-Duckbook e a racionalização da culpa

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A maldade precisa de uma auto-justificativa falsa, que dê uma roupagem bela ao ato. O que digo é que nenhum Ser Humano quer ser mau, e até quando abraçam sua maldade, admitindo ansiarem pelo mal, mentem, inclusive pra si mesmos. Todos queremos sentir, ao final de uma história, que tenhamos feito o que é certo. Até aqueles que se vangloriam de suas imoralidades: estes estão buscando aprovação nas pessoas onde ele reflete. Ele quer saber se está tudo bem. Se não estiver, a consequência será horrível pra'quele amedrontado Ser sujo de lama.

Mas afinal, o que é fazer o bem? Precisamos primeiro saber o que é o "fazer" antes de tudo. O que é o ato. Todo ato humano é um símbolo cristalizador do que já é em sua mente. Quando falo "ato humano", me refiro aos atos que pertencem exclusivamente aos humanos. Atos técnicos não precisam ser simbólicos. Já os atos humanos sim, ou dirá que não há símbolo no abraço? No anel? Na formatura? Mil etceteras aqui. Se ainda não está convencido: o abraço em si, retirando toda a humanidade da coisa, é um monte de carbono entrelaçando seus braços de carbono ao redor do corpo de carbono do outro mutuamente. Tá, já posso pular pra conclusão: os símbolos servem pra cristalizar no mundo material aquilo que se forma em nossa alma metafísica. O abraço demonstra o carinho que tenho por você. Podemos também dar um abraço falso, sendo ele um falso símbolo, ou seja, um abraço que não corresponde ao sentimento.

É por isso que o mundo humano é todo construído em símbolos. Votações no plenário são atos simbólicos. A resposta da votação se deu antes, na mente dos políticos que vão votar. A votação é o símbolo que cristaliza uma decisão coletiva feita na mente de cada um. Do outro lado, temos os atos maldosos, que também são simbólicos. Se tais atos servem pra cristalizar coisas antes um tanto voláteis, não seria diferente com a maldade. Pensamentos ruins são extremamente voláteis. Quando sucumbimos a um deles, não conseguimos cristalizar nada, porque na maldade está o vazio, o nada. Após a maldade, você vê que nada restou, tudo foi consumido, e não há obra feita. Pelo contrário: coisas foram destruídas, corrompidas e magoadas. Na maldade ocorre o vazio que pode se tornar arrependimento. A pessoa perdida em um poço de culpa tentará então cristalizar o bem da maldade que fez (e, por consequência, mentir, porque não fez bem nenhum). E se convencendo de que nada ruim foi feito, ou até cantando mais alto do que a sussurrante voz da culpa boa fala, torna uma parte dela mesma putrefata. E alegre pelo seu mais novo falso cristal, mostra-o às outras pessoas, que claro, fogem diante o mau cheiro de putrefação (ou aceitam que aquilo é um cristal em um conluio patológico, já que carregam consigo partes igualmente putrefatas e distorcidas).

Essa tirinha do Gorilla Orgy fala mais ou menos sobre isso:


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