Enquanto todos nós sofremos nesses tempos difíceis em que a confusão e o caos reinam em meio aos que procuram a verdadeira Fé católica, membros da única religião verdadeira estabelecida por Deus, é importante refletir que a situação em que nos encontramos hoje - não há um Papa válido (que se tenha notícia) desde 1958, e aparentemente nenhum bispo com jurisdição ordinária, enquanto uma falsa instituição se disfarça como Igreja Católica, semeando heresia, imoralidade e impiedade - foi prevista na Escritura.
Assim como a Paixão, Morte e Ressurreição de nosso Senhor pegou (quase) todos de surpresa, mesmo que tenham sido profetizadas na Escritura, assim parece que a paixão e aparente “morte” da Igreja pegou todos de surpresa, mesmo com a Escritura e a Tradição Sagrada tendo testificado que o Corpo Místico de Cristo teria que passar por suas próprias tormentas antes do fim do mundo.
Enquanto nos é claro que na história da Igreja o Papa tenha sempre sido um alvo dos inimigos da Igreja, já que ele é o verdadeiro Vicário de Jesus Cristo na terra e a cabeça visível da Igreja, não é de se surpreender que nos últimos dias o adversário iria juntar todas as suas forças para uma última, extremamente poderosa tentativa de conquistar o Papa e a Igreja. Tal batalha Satânica derradeira contra o reino de Deus na terra não teria precedentes em termos de sua natureza, seu tamanho, sua fúria, seu poder, seu horror e sua esperteza.
Nas décadas que antecederam a criação da Seita do Vaticano II, os Papas avisaram urgentemente sobre os esquemas sendo desenvolvidos por sociedades secretas, que tinham como objetivo a infiltração e destruição total da Igreja Católica e sua Doutrina. Algumas pessoas procuram dispensar estas evidências por meio do pensamento de que "a Igreja não pode ser destruída e as portas do inferno não prevalecerão", que, embora seja uma verdade absoluta, mostra que tais pessoas não compreenderam realmente a realidade da situação. Os Papas, obviamente, também sabiam que a Igreja não pode ser destruída. Qual o motivo, então, dos repetidos avisos papais?
A resposta é simples: Mesmo a Igreja nunca sendo destruída, a perseguição por seus inimigos causa danos imensos às almas, e as almas realmente vão para o inferno se caírem como suas vítimas, mesmo que a Igreja prevaleça. Quando a fé está sob ataque, quando almas são postas em perigo de cair no fogo do inferno, quando a heresia ameaça sufocar a inocente e pura fé de suas crianças, não basta simplesmente apontar que a Igreja sempre prevalecerá. A Igreja prevalecerá, de fato, mas o número de seus membros pode diminuir. Suas crianças podem cair, perder a fé, tornar-se apáticas, pecar mortalmente, sofrer de desnutrição espiritual por causa da confusão e falta de conhecimento, e ir para o inferno por toda eternidade.
O Reino de Deus perder membros para o reino do demônio, ainda mais em grandes quantidades, é causa de grande preocupação. É o exato oposto do que a Igreja pretende realizar! A Igreja foi fundada para levar almas ao Céu, e não para vê-las condenadas ao inferno. É por isso que a resposta "Mas as portas do inferno não prevalecerão"é completamente insuficiente diante desses acontecimentos.
Nosso Abençoado Senhor Jesus Cristo, o Bom Pastor de nossas almas (João 10:14), nos avisou que antes de sua gloriosa Segunda Vinda, haveria um distanciamento da verdadeira Fé proporcionada por uma grande enganação. Uma enganação tão convincente que até os eleitos cairiam suas vítimas, se não fossem especialmente preservadas por Deus.
“E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo.Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane;Porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.Mas todas estas coisas são o princípio de dores.Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará.Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo.E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações, e então virá o fim.Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda;Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes.Mas ai das grávidas e das que amamentarem naqueles dias!E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado;Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.Então, se alguém vos disser: Eis que o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito;Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.Eis que eu vo-lo tenho predito.” (Mateus 24:1-25)
Uma ilusão tão grande a ponto de – quase – enganar até os eleitos, obviamente terá que ser muito astuta. Certamente irá enganar as massas Católicas; terá que ser uma ilusão capaz de transformar um grande grupo de crentes Católicos em pessoas sem fé. Que forma melhor de fazer isso que pondo uma falsa igreja no lugar da Igreja Católica, a partir de dentro, mantendo a aparência exterior da Igreja enquanto alterando as doutrinas de Fé, os sacramentos e a piedade Católica? Se há alguém na terra a quem sigam os católicos, esse alguém é o Papa. Assim, a apostasia teria que ser imposta a partir do topo. O alvo então seria o Papa – o papado deveria ser usurpado, de alguma forma, para que os inimigos da Igreja sejam capazes de realizar seus sonhos malditos de perverter a fé de milhões, com o objetivo de estabelecer o “reino do homem” no lugar do reino de Cristo.
No século 19, o plano da loja maçônica Alta Vendita foi posto no documento secreto “Instrução Permanente”, que, por providência de nosso Senhor, foi descoberto durante o reinado de Papa Gregório XVI (1831 – 1846) e publicado pelos papas Pio IX e Leão XIII:
“Não tencionamos atrair os Papas à nossa causa, fazê-los neófitos dos nossos princípios, propagadores das nossas idéias. Isso seria um sonho ridículo; e se acontecesse que Cardeais ou prelados, por exemplo, quer por sua livre vontade ou de surpresa, entrassem em parte dos nossos segredos, isso não seria de modo nenhum um incentivo para desejar a sua elevação à Cadeira de Pedro. Essa elevação arruinar-nos-ia. Só a sua ambição levá-los-ia à apostasia, e as necessidades do poder forçá-los-iam a sacrificar-nos. O que devemos desejar, o que devemos procurar e esperar, tal como os judeus esperam pelo Messias, é um Papa conforme às nossas necessidades (...)
Com isto marcharemos com mais segurança para o assalto à Igreja do que com os panfletos dos nossos irmãos em França e até do que com o ouro da Inglaterra. Quereis saber a razão? É que com isto, para despedaçar a grande rocha em que Deus erigiu a Sua Igreja, já não precisamos de vinagre anibaliano, ou de pólvora, ou mesmo das nossas armas. Temos o dedo mínimo do sucessor de Pedro comprometido nesta empresa, e este dedinho vale tanto, para esta cruzada, como todos os Urbanos II e todos os São Bernardos da Cristandade.
Não temos dúvidas de que chegaremos a este fim supremo dos nossos esforços. Mas quando? Mas como? O desconhecido ainda não foi revelado. Contudo, visto que nada nos irá desviar do plano estabelecido e, pelo contrário, tudo tenderá para ele, como se já amanhã o trabalho que mal foi esboçado fosse coroado de sucesso, desejamos, nesta Instrução, que se manterá secreta para os simples iniciados, dar aos dignitários na chefia da Suprema Vendita alguns conselhos em forma de instrução ou memorando, conselhos esses que eles deverão imbuir em todos os irmãos sob a forma de ensinamento ou de memorandos (.)
Ora bem, para assegurarmos um Papa com as características desejadas, é preciso, em primeiro lugar, modelá-lo (.)[e,] para este Papa, uma geração digna do reinado que sonhamos. Ponde de parte os velhos e os de idade madura; dedicai-vos aos jovens e, sendo possível, até às crianças (.) Conseguireis sem grande custo uma reputação de bons Católicos e de puros patriotas.
Esta reputação dará acesso à nossa doutrina entre os jovens Clérigos, assim como entrará profundamente nos mosteiros. Em poucos anos, pela força das coisas, este jovem Clero terá ascendido a todas as funções; formará o conselho do Sumo Pontífice, será chamado a escolher o novo Pontífice que há-de reinar. E este Pontífice, tal como a maioria dos seus contemporâneos, estará necessariamente mais ou menos imbuído dos princípios italianos e humanitários que vamos começar a pôr em circulação. É um grãozinho de mostarda preta que vamos confiar à terra; mas o sol da justiça desenvolvê-lo-á ao mais alto poder, e vereis um dia que rica colheita esta sementezinha produzirá.
No caminho que estamos a traçar para os nossos irmãos, há muitos grandes obstáculos a conquistar, dificuldades de mais do que um gênero para dominar. Eles triunfarão sobre aqueles pela experiência e pela clarividência; mas o objetivo é de tal esplendor que é importante abrir todas as velas ao vento para o alcançar. Se quereis revolucionar a Itália, procurai o Papa cujo retrato acabamos de esboçar. Se quereis estabelecer o reino dos escolhidos no trono da prostituta da Babilônia, fazei com que o Clero marche sob a vossa bandeira, enquanto acredita que está a marchar sob a bandeira das chaves apostólicas. Se quereis fazer desaparecer o último vestígio dos tiranos e opressores, deitai as vossas redes como Simão Bar-Jona; deitai-as nas sacristias, nos seminários e nos mosteiros em vez de as deitardes no fundo do mar; e, se não vos apressardes, prometemo-vos uma pescaria mais miraculosa que a dele. O pescador de peixes tornou-se pescador de homens; colocareis amigos à volta da Cadeira apostólica. Tereis pregado uma revolução de tiara e de capa, marchando com a cruz e o estandarte; uma revolução que só precisará de ser um pouco instigada para incendiar os quatro cantos do Mundo."
Certamente, todos os falsos “Papas” desde 1958 pregaram ma doutrina modernista-maçônica, que foi oficialmente apresentada na “encíclica” Pacem in Terris por João XXIII, em 1963, e no Concílio do Vaticano II: Os ideais maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade tornaram-se as doutrinas de liberdade religiosa, colegialidade e ecumenismo da seita do Vaticano II, que formam o fundamento desta religião. Ainda assim, dos seis impostores papais até agora, o que mais vem professando as heresias maçônicas é o atual, Jorge Bergoglio, mais conhecido como “Papa Francisco”, como pode ser exemplificado abaixo:
O que torna ainda mais terrível esta invasão da Igreja pelos infiltradores maçônicos é que, frequentemente, as pessoas que são afetadas pelos seus falsos ensinamentos e os promovem são pessoas de boa vontade, que sinceramente buscam servir ao Senhor. Em outras palavras, uma grande quantidade das pessoas que promovem esta apostasia não são enganadores, mas sim vitimas. Em um sermão dado no Domingo de Pentecostes em 1861, o famoso padre Frederick Faber nos avisou que essa seria justamente a causa de tantas pessoas caírem na enganação:
“Devemos lembrar que se todos os homens manifestadamente bons estivessem em um lado e todos os homens maus estivessem em outro lado, não haveria perigo de ninguém ser enganado por falsos prodígios, ainda mais os eleitos. São os homens bons, que foram bons, e esperamos que ainda sejam, que fazem o trabalho do Anti-Cristo e tão tristemente crucificam nosso Senhor… Tenham em mente este aspecto dos últimos dias, que esse engano se ergue a partir de homens bons que estão do lado errado.” (Padre Frederick Faber, Sermão para o Domingo de Pentecostes, 1861. Grifo adicionado.)
A significância desse ponto não pode ser enfatizada o suficiente, porque muitas pessoas são movidas por aparências externas, e outras por sinceridade (real ou aparente). O que o Padre Faber nos ensina aqui é que mesmo aqueles que são bons e sinceros podem, sem querer, fazer o trabalho do Anticristo – sua sinceridade e boa vontade não os impedem de ser usados como ferramentas do Adversário.
Durante a Páscoa de 1861, o Cardeal Henry Manning (1808-92) publicou um livreto contendo 4 textos explicando os eventos que precedem e cercam o advento do Anticristo, centrando-se nas palavras de São Paulo em 2 Tessalonicenses 2:3-11, que também nos alerta sobre a grande ilusão, mas também de uma revolta, um “homem do pecado”, e uma força que temporariamente o contém:
“Ninguém de modo algum vos engane. Porque primeiro deve vir a apostasia, e deve manifestar-se o homem da iniqüidade, o filho da perdição, o adversário, aquele que se levanta contra tudo o que é divino e sagrado, a ponto de tomar lugar no templo de Deus, e apresentar-se como se fosse Deus.
Não vos lembrais de que vos dizia estas coisas, quando estava ainda convosco?
Agora, sabeis perfeitamente que algo o detém, de modo que ele só se manifestará a seu tempo.
Porque o mistério da iniqüidade já está em ação, apenas esperando o desaparecimento daquele que o detém.
Então o tal ímpio se manifestará. Mas o Senhor Jesus o destruirá com o sopro de sua boca e o aniquilará com o resplendor da sua vinda.
A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores.
Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar.
Por isso, Deus lhes enviará um poder que os enganará e os induzirá a acreditar no erro”
O livreto do Cardeal Manning foi intitulado “A presente crise da Santa Sé testada pela profecia”, mas foi então reimpresso com o título mais chamativo “O Papa e o Anticristo”. A maioria do conteúdo deste monógrafo foi incluída em um trabalho posterior, mais substancial, intitulado “O Poder Temporal do Vicário de Jesus Cristo”.
Enquanto deve-se sempre ser cuidadoso em relação a um foco excessivo em relação ao “fim dos tempos”, não é sábio simplesmente ignorar toda a revelação em relação ao assunto, já que obviamente Deus Onipotente não nos revelou verdades para que as ignoremos.
O que nós lemos, ainda que seja realmente terrível, deve nos dar grande conforto e esperança, e fortalecer nossa Fé. As explicações do Cardinal Manning sobre a Grande Apostasia, a perseguição, a Paixão e aparente “Morte” da Igreja – todas essas coisas confirmam o que estamos testemunhando hoje. Isso significa que o que aconteceu desde a morte do Papa Pio XII, e o que estamos passando agora, não é uma contradição do Plano Divino, assim como a Crucificação de nosso Senhor não foi uma derrota em Sua Missão. Tudo isso é parte da Vontade Divina, um prelúdio necessário à plenitude final. O que estamos sofrendo agora nesses tempos sem precedentes de confusão eclesiástica não é um sinal de que as promessas de Deus falharam, mas sim um sinal de que as promessas do nosso Senhor estão ainda em curso. A profecia Divina está sendo realizada neste exato momento.
Então, tenha em mente: Tudo está, por assim dizer, indo de acordo com o plano – mas este plano é o Caminho da Cruz, assim como foi para nosso Senhor literalmente, assim é para Sua Igreja misticamente. Não é algo bonito para se contemplar, e é repleto de sofrimento e humilhação, mas é o caminho – o único caminho – que nos levará para a Glória eterna.
(Artigo traduzido de Novus Ordo Watch)